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The Batman - Review do filme

 



Fala meus amigos, tudo certo!

Senta que o papo vai ser longo. Pega aquela coca trincando, liga um metal volume baixo e se prepare.

Vou falar minhas impressões e também tentar elucidar alguns easter eggs, cenas, escolhas de roteiro.. etc...

Confesso que fiquei (igual a todos vocês) reticente quando revelaram a escalação de Robert Pattinson pro papel título, igual quando ficamos reticentes quando tinham falado de Ben Affleck.

Eu não acompanhei os trailers, vi apenas algumas imagens de divulgação e não estava com empolgação alguma. Vi que recomeçariam do zero, não aproveitaram o roteiro de Ben Affleck, e fora chamado o diretor Matt Reeves (que teve êxito nos recentes "Planeta dos Macacos").

A primeira informação seria de que era um filme em início de carreira (não origem propriamente) e que tentaria emular alguns filmes "noir", que seria uma história mais detetivesca e que teriam múltiplos vilões. (A princípio, o Vagalume, o Pinguim, O Charada, o Chapeleiro Louco, a Mulher Gato e.. Morcego Humano) 

Eles também estavam com a missão de reimaginar tudo e tentar priorizar vilões que ou foram pouco mostrados ou nunca tinham sido mostrados e que não teríamos (pelo menos de início) nada de Coringa.

Cada evento que a DC fazia, apareciam novas imagens de produção, como o novo carro, uma arte promocional de Jim Lee... etc.

Mas tá bom cara, fale do filme! o filme é bom??????

Sim, é, é ótimo. 

Irei dividir por tópicos, pois são três horas de filme, e há muita, muita informação, muitas rodas girando. 

O filme: esse é o filme mais "filme DO BATMAN" que você vai ver, (calma lá eu explico) você quase consegue entrar na psique de Bruce, ele anda mascarado 90% do filme (o que mostra que o ator estava envolvido no projeto e não tinha a vaidade de "ficar aparecendo". O filme é "cerebral", detetivesco e não tem pressa alguma, ele conta sua história como muitos quadrinhos da linha "Um conto de Batman" (Legends of the Dark Knight) e têm se um recurso a la Rorschach: a narrativa da história em off com a voz do próprio Batman! pena que isso aparece apenas no começo e no final.

 O protagonista: Bruce Wayne parece realmente perturbado, incomodado (como se sentisse dores) ou se carregasse um fardo enorme constantemente. Lembra muito a atmosfera dos desenhos do Tim Sale (longo dia das Bruxas). Bruce têm problemas de memória (relacionado á dormir mal ou ansiedade, você escolhe), ele se incomoda com claridade cara! (similar a um vampiro. aheheheheheh) 

Esse filme (com essa abordagem) mostra que a cidade é tão suja e decadente (sempre chuvosa, sempre fria e nublada) que todos têm sua estima tão baixa com uma cidade tão corrupta que ninguém tem tempo (ou pensa nisso) em perceber que Bruce Wayne é o Batman. ou "ah, esse cara visivelmente tem problemas sérios". Muita gente reclamou que Pattinson não teve seus momentos "Bruce Wayne" playboy (se fingindo de tolo) mas lembremos que: é início de carreira e a proposta era essa mesmo. Ele literalmente mostra nesse filme que o Bruce Wayne é o incômodo disfarce e que Batman é o verdadeiro rosto.

O filme tem uma fotografia linda e cuidadosa, sua trilha sonora têm uma função importante na trama, ela serve como "pilar" (mas não servindo de muleta) você não se esquece dela. Ela é fundamental pra atmosfera desse filme que por vezes deixa você incomodado, ressabiado com a sensação de que pode acontecer alguma coisa.

A "violência"/sequências de lutas: Esse é o Batman que briga melhor e que você consegue entender o que ele está fazendo e com quem está fazendo. Por causa do PG 13 (classificação indicativa) o filme opta por fazer você "imaginar o que acontece" (O que faz com que algo pareça maior do que já é), por exemplo: quando o Charada ataca alguém, por vezes a cena "desfoca" e você se impressiona por achar que sabe o que está acontecendo, (a gente imagina) mas a gente realmente não vê sangue por exemplo. 

É o mesmo efeito quando morre alguém em desenhos animados, você vê a pessoa caindo, mas não a vê espatifada ao chão. Você imagina a violência sem a ter presenciado.

O filme usa essas "licenças criativas" pra usar o PG 13 no limite. Pra passar essa atmosfera pesada sem que fosse prioritário que se mostrasse sangue ou dentes quebrados.

Batman bate sem dó, sem pena, usa o que estiver na mão e muitas das lutas parecem "realistas" por mostrar Batman não contra lutadores como ele, mas sim contra bandidos de verdade, que muitas vezes só atacam em quantidade ou apenas atiram. E isso é muito bacana, imprime realismo as cenas. 

Adaptações/ easter eggs/ referências/ inspirações: Como eu afirmei, esse filme foi o "mais Batman" possível, há momentos em que ele parece monocromático propositadamente (seja numa luz vermelha de uma balada, ou seja pelo filtro das câmeras das lentes que o Batman usa) lembrando e muito todo o tipo de arte e colorização de HQs como "O longo dia das Bruxas" e "Vitória Sombria". Repare nos enfoques em cena do "órfão" mostrado no filme, (o filho do prefeito) e encaixe isso com o fato de que Robert Pattinson disse que "foi estudado maneiras de se trabalhar Robin nesse universo e que ele adoraria ter Robin em algum momento" e percebe se que há um "estudo" ou um "germe de ideia" de se colocar realmente um Robin (criança) em algum momento e o próprio take do garoto lembra tanto Bruce Wayne quanto Dick Grayson nas HQs já mencionadas. 

O filme começa com um homicídio no Halloween, similar a HQ e morrem muitos "cabeças de chave" da cidade (o prefeito, o comissário, o promotor), e Charada têm ecos de muitos outros personagens reunidos sobre ele, seja o assassino real chamado Zodíaco (inspiração visual) seja pelo assassino Silêncio (formato da máscara, casaco, interação com Bruce Wayne, especialista em armas de fogo) o vilão Feriado (escolhia suas vítimas a dedo seguindo uma lógica própria). Batman luta como se tivesse "desejo de morrer" (toda sua atuação mostra como se ele estivesse deprimido ou incomodado) e isso vai de encontro a HQ "Eu sou suicida" (de Tom King no DC Renascimento) em que Batman meio que admite que ele "busca a morte todos os dias desde aquela noite" enquanto que na HQ ele assume isso, no filme ele VIVE ISSO.


Uma cena onde Selina Kyle está trocando de roupa enquanto aparece em uma janela foi trazido diretamente de Batman ano um e ou: Mulher Gato (mini série feita na mesma época), o fato de Batman e o comissário Gordon ficarem "um contra o outro"(inclusive tendo até soco) em meio a maré de problemas com a crescente das jogadas da máfia é mostrada mais em "Ano dois" como também em "Ano Um". O fato de no final do filme o vilão se encontrar com o Coringa e este dizer "calma, agora estou aqui..."(não foi bem isso. mas vocês entenderam) lembra o final da história "Um Lugar para morrer" onde o vilão era o Duas Caras e o Coringa meio que fez a mesma coisa se comunicando por meio de um rádio antigo. 

A cena quando Batman e Charada discutem, lembra tanto o interrogatório em "Cavaleiro das Trevas" (o filme) quanto a cena de "Batman Silêncio" onde Batman diz pro Charada que o plano dele deu errado e que ele pode dizer pra Liga dos Assassinos e pros vilões que o Charada tentou os fazer de tolos e diz: "o que é uma Charada que todo mundo conhece? uma charada inútil!" aqui Batman se mostra superior ao Charada e o coloca em seu devido lugar (assim como acontece no filme onde ele diz que o Charada é apenas um louco) e esse começa a gritar como se não aceitasse a realidade.

O plano grandioso do Charada e parte de seus ataques metodologias: Batman Terra UM Volume II e Batman Ano Zero. 

Se vocês leram essas HQs, sabem que elas são consideradas (junto com Silêncio) as maiores HQs mostrando o Charada e o fato do Charada atacar "sem aparecer" (como se fosse realmente uma incógnita) e usar enigmas de forma estilo "Jogos Mortais" (algo até então usado por Coringa em Cavaleiro das Trevas por exemplo) e até mesmo uma bomba explodir na cara do Batman foi tudo retirada de Batman Terra UM: parte II. O plano que resulta em inundar a cidade e deixa la ficar incomunicável, Batman Terra zero.

Muitas cenas de salvamento do Batman no final do filme, ora lembram Terremoto/Terra de Ninguém, os diálogos ternos com Selina Kyle, são tanto de Batman Silêncio quanto da fase de Tom King recente, (onde eles inclusive quase se casam) de maneira que: a luta deles é apenas no começo (lembrando bastante as cenas de Batman o Retorno tanto pelo andar da luta como a maneira como eles se olham e se tocam).

O busto de Shakespeare em cima da escrivaninha e o telefone estilo antigo é direto da série de 1966.

Há um momento em que aparece um dos certificados do orfanato (ou das empresas Wayne) na tela que tem o nome de uma firma de advocacia (ou contabilidade) chamada "Miller e Moore" (Frank Miller e Allan Moore) simplesmente os dois maiores autores das duas maiores histórias do Batman da vida.

A psicopatia do Charada e o aspecto da cidade parecer "mais sombria" seja pela fotografia ou seja pela trilha sonora auxiliando a narrativa, lembram a  HQ "Cavaleiro das Trevas, Cidade das Trevas" de Peter Milligan (onde Charada sufoca um bebê com uma bolinha de Ping Pong na garganta, pra forçar o Batman a salvá-lo , assim fazendo parte sem querer de um ritual idealizado por Charada.)

Quando Batman usa alguns arpéus (aquelas pistolas que disparam ganchos) pra atravessar pernas de criminosos ou inutilizar as mãos são da HQ "Batman Pretérito Futuro". Além de alguns takes parecerem apenas inversões dos takes de Batman de 89 ou mesmo Batman Begins (em Batman Begins o Batman é filmado caindo) aqui, é filmado subindo. 

A cena do Batman planando (se não me engano) fazendo Skydiving também é de Ano Zero (além de ser uma variação dos planos do Ano um com seu asa delta).

A cena em que Batman faz seu Skidiving e "falha" e cai se lascando tudo, foi parte retirada tanto de Ano um quanto também de Terra Um: parte um. Onde ele se estrepa em cada uma de suas missões. Inclusive em suas cenas de luta em todas elas ele sempre toma alguma. Seja por estar "empolgado" ou por ser "seus primeiros anos", lembrando também a história "Batman: Asas" onde Batman diz "gostar de ser Batman" mas toma surras tão grandes que e têm perigos tão mortais que é obrigado a reconsiderar que realmente "seu trabalho é perigoso.

os Gêmeos: ou eles são uma alusão a Tweedle Dee e Tweedle Dum (ajudantes do Chapeleiro Louco) ou são os "Trigger Twins" (os Gêmeos do Gatilho, no Brasil) 

O carro: é um mustang baseado no carro sport usado nos anos 70 (fase Neal Adam mais ou menos), pra que você se localize, é o carro onde Batman usa na primeira aparição do morcego humano, no encadernado da Invictus.

Pinguim e Alfred: foram retirados de suas versões "Terra um" (Alfred parecendo no quadrinho o Hugh Laurie envelhecido) e o Pinguim lembrando muito o Joe Pesci em filmes como "O Irlandês" ou "os bons companheiros" ou até mesmo "Máquina Mortífera".

Mulher Gato, Carmine Falcone e Comissário Gordon: Zoe Kravitz lembra a mulher gato de ano um: ponto. Ela é sensual e fod* ao mesmo tempo, sem parecer forçado em momento algum e eu veria um filme inteiro com ela fácil. Você entende (na visão de Batman) pq ele "pegaria leve" com ela, não tem como não se apaixonar cara. Ela mandou muito bem. 

Fiquei de cara que achei que John Torturro não deu nenhuma faceta cômica ao seu Carmine, e pasme (!) ele deu um ar cínico, do estilo "amigo. você sabe com quem você está falando???" de maneira que deu realidade ao personagem, ele não precisa erguer a voz. Mas você sabe quem está no comando simplesmente pela tranquilidade dele, ele tem TODO MUNDO NA MÃO DELE. Quando ele vai preso ele vai com aquele sorrisinho de "daqui a pouco eu volto". Eu achei isso muito dez!

Gordon foi bem contido. Ele é o contraponto de Batman e no único ponto onde ele realmente faz a diferença, ele comparece, gostei da escolha e espero que ele apareça mais e mostre mais, como Gary Oldman foi fazendo também.

Cena da perseguição: amigo. a cena do carro merecia ser emoldurada cara, esse filme traz uma inovação de colocar câmera nos mais variados ângulos (quase lembrando os jogos da franquia Arkham) seja no guidão de uma moto, nos postes ou até mesmo nos para choques do carro (!) até mesmo no momento onde o Batman usa seu arpéu e foge da polícia subindo a câmera fica quase que no capuz dele, dinamizando a cena, como se nós espectadores estivéssemos junto com ele.

O carro é uma mistura de batmóvel do Neal Adams com o carro do Mad Max, o som desse filme é muito bom e muito claro e com certeza merecerá indicação de prêmios técnicos no próximo Oscar.

A perseguição é muito boa e criativa e perfeitamente inteligível. 

O filme possui defeitos???? Vamos lá: o filme tem 3 HORAS DE DURAÇÃO. o que possivelmente dá uma sensação de cansaço, seja pelo tempo ou quanto por algumas "opções do roteiro" (ritmo do filme), Lembrando que esse filme quer ser mais psicológico e cerebral então pode "quebrar" a expectativa" de alguém que está esperando "O novo Cavaleiro das Trevas". Eu curto filme policial, gosto de pensar e curti o filme e a proposta, mas ressalto que esse filme poderá ser divisivo, justamente por essa expectativa do imaginário popular do grande público de achar que "filme de herói é só explosão e piada".

O roteiro deveria ter mais alguns tipos de recortes, pois se dá a sensação de que têm uns três, quatro finais (!) e isso sim, é um problema. de maneira que fica difícil encontrar algum clímax aqui. Quando tudo parece alto. Nada fica alto... entende?

Por isso eu digo que entendo quem ache que pode comparar esse filme com Cavaleiro das Trevas de Chris Nolan, mas eu creio que esse filme ainda é inferior ao filme de Chris Nolan.

Se eu fosse dar uma nota, The Batman é um 9,4. o que é um grande feito.

Mas Matt Reeves pode fazer melhor numa sequência e eu tenho certeza disso.

Espero voltar no assunto com mais matérias. 








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