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Review- Os Eternos (seu Top 3 filmes Marvel acaba de mudar)

 


Fala diretoria! Saudações!

Confesso a vocês que meu hype era 0, eu não sabia o que dizer ou o que esperar desse filme, uma vez que Eternos é "o lado Oculto" da Marvel (até mesmo aqueles que são leitores mesmo tem dificuldades em lembrar histórias onde eles apareciam ou eram mencionados.).

Posso dizer (sem demérito aos personagens) que eles eram "coadjuvantes de luxo", em histórias de personagens como Thor, Surfista Prateado ou até mesmo os Vingadores.

Eles (em comparação a outros) tiveram poucas revistas mensais. Não chegam todas juntas a um total de 100 números até hoje.

Suas mensais apareciam esparsas de década em década ás vezes reduzidas a simples mini séries.

O percalço vêm desde lá de trás em seus primórdios pois quando Jack fez seu retorno á Marvel, era por volta de meados dos anos 70 e (segundo reportagens) os leitores NÃO entenderam a pegada dos Eternos e a arte do mestre Jack estava considerada "datada" devido a explosão de artistas novos na mesma época. Além de que a Marvel queria que a revista interagisse MAIS com o universo marvel e Jack não queria. Tanto que criou um "Hulk robô" meio que como deboche/protesto.

Ainda têm se o fato de que os Eternos por serem "personagens muito apelões" e terem um universo por demais rico. O simples fato deles estarem presentes em qualquer história roubaria o protagonismo para si. Então era mais fácil a marvel desenvolver grandes sagas pros "rostos conhecidos" (que vendiam) do que ter toda uma mega estratégia de vendas que poderia não vingar.

Além do fato de (conjectura minha) devido á muitos "problemas" entre o Rei Jack e a Marvel, eles preferiram deixar esse material "de lado" mesmo até aguardar a poeira abaixar ou algo similar.

Vamos falar do filme:

O filme é dirigido por Chloe Zao, e bebe fortemente da mini série feita por Neil Gaiman (em 2007)

que nada mais era do que uma atualizada no conceito pros não iniciados e um novo recomeço pros heróis respeitando cuidadosamente o que veio antes.

Você leitor pode até achar que não conhece nada dos Eternos. mas se você é um leitor assíduo do Thor (principalmente as fase de Roy Thomas e depois Tom de Falco) e também dos Vingadores (fase Roger Stern) você estará familiarizado com o coração do filme.

Vou seguir a ordem conforme for lembrando, pois há muito conceito e muito contexto que vocês precisam saber pra entender o quão bom e hercúleo esse filme foi simplesmente por ter saído das prensas.

Recomendo que se você não leu a mini do Gaiman, compre a versão da Salvat (mais barata) ou o lindo encadernado de luxo versão Panini. 

E assista esse filme de coração aberto.

Muitas pessoas (críticos) meteram o pau nesse filme, desceram a lenha com fundamentações (posso dizer agora porque assisti o filme) absurdas. Dizendo coisas como "o filme não possui piadas" / " o filme é parado"/ "O filme foge da fórmula marvel.

Posso dizer que nesse filme (leia a hq do Neil Gaiman antes do filme ou depois, tanto faz) você percebe claramente e cristalino seus momentos do tipo "insira sua piada AQUI". "Por favor insira sua cena de luta aqui", a chamada "fórmula Marvel está toda lá, só foi mostrada de forma diferente, a diretora tem sua pegada e sua mão pesada em momentos intimistas e contemplativos.

Esse filme "parece" parado, mas... apenas PARECE. Todo diálogo leva a coisas além no roteiro, você fica o tempo todo instigado pra onde eles estão indo, e o que estão buscando. Além de tenso com as lutas com os monstros.


O "mote" da história (um dos) Os eternos precisam se reunir ao saber que seus inimigos de longa data, os monstros conhecidos como "Deviantes" renasceram, mas isso é apenas um estopim. Tem muito mais coisas conforme irei mostrar mais adiante.

A Hq do Neil Gaiman é linda, magnifíca e não se preocupa com tempo ou com fórmulas prontas, ela é uma história a ser contada e pronto. Já o filme tenta "consertar" algumas coisas da história (leia se COLOCAR SEQUÊNCIAS DE AÇÃO PRA MOVIMENTAR A HISTÓRIA).

E isso não é demérito, é quase visível que nas cenas de desenvolvimento da história tínhamos a própria diretora, e quando mudava-se pra "inserções de piadas Marvel" ou "momentos de porradaria Marvel" entrava a segunda unidade de direção. e Isso também não é demérito algum.

O filme precisa agradar tanto o fã que curte pensar nos dilemas, quanto também o geek que vai comprar o boneco do Ikaris depois (por causa de suas cenas).

Então acho uma imensa injustiça ou hipocrisia os caras irem assistir a um filme e terem preguiça de pensar ou não terem paciência com a história a ser contada.

O filme vai e vêm no tempo, mostrando flashbacks e o background dos personagens, por incrível que pareça temos 10 PERSONAGENS e você ao término do filme consegue lembrar o nome e os poderes de todos eles, mesmo você nunca tendo visto nenhum deles em sua vida.

Os  Eternos são como se fossem (COMO SE FOSSEM) deuses, ou anjos. Eles estão numa escala acima, e no filme fica claro que eles apenas observam o avanço da humanidade, eles não dão o peixe mas ensinam o caminho pra eles saberem como construir a vara de pescar.

Eles protegem os planetas onde ficam (nesse caso a Terra) de seus inimigos os "Deviantes".

Pausa pra falar desses monstros, tanto no quadrinho quanto no filme. Cara que conceito foda! 

Os deviantes são os "dejetos" genéticos, são a mistura de tudo o que os celestiais não quiseram usar. 

Um deviante não é igual ao outro, são todos monstros e muito poderosos, muito poderosos, pode se dizer que um deviante seria como os "mutantes que não podem se disfarçar, ou que possuem poderes muito danosos, inclusive pra si próprios", e eles são como uma praga, enquanto os eternos (guarde essa informação) são por volta de 100 (no total) os deviantes passaram de milhões, se reproduziam como uma praga.

O personagem Thanos têm aquela aparência por ter a "síndrome deviante" (aparência diferente, poder incomum e incomensurável com potencial pra expansão).

Dito tudo isso, fica entendido porque os deviantes são tão "encarnados" (chatos de derrotar) no filme, porque eles são numerosos, insistentes e poderosos.

Seus visuais lembravam um pouco os simbiontes klyntar, raça do Venom (tentáculos enormes e versáteis) além de aparência animalesca e dentes e boca enormes. Um grande acerto seu visual além de casar visualmente com as artes de John Romita na mini série de 2007. Não é exatamente igual, mas conceitualmente funciona.

Nessas idas e vindas dessa "caçada" com os deviantes os Eternos chegam a um "dilema moral", eles descobrem sua origem e também dos deviantes e se dividem em duas vertentes, uma que quer seguir o rumo natural das coisas e outra que quer "interferir na história humana" (isso quase me faz um paralelo entre os Eternos e o Superman, além da própria bíblia, voltarei no assunto mais tarde).

Os Eternos foram criados pelos celestiais e são os "mantenedores" do planeta, mas isso até que um celestial presente no núcleo do planeta onde eles estejam renasça, e o planeta seja destruído. Assim os eternos tem suas memórias resetadas e vão pro planeta seguinte, os deviantes seriam apenas o "controle de natalidade" do planeta (o predador pra acabar com as pragas) que mantenham tudo andando no ritmo até que o "celestial possa nascer". mórbido não?

Lembremos que os celestiais são seres amorais, acima do bem e do mal, eles têm sua função no universo (assim como Galactus nos quadrinhos) e segundo a lógica deles, cada vez que um planeta é destruído, permitirá que mais planetas com vida melhor nasçam depois.

Acontece que os eternos (parte deles) não gostaram de saber que eram "peões" no grande esquema das coisas e decidem se rebelar. impedir o nascimento do celestial presente no núcleo do nosso planeta.

Celestial esse de nome "Tiamut" (ou celestial sonhador), se você lembrar das HQs do quarteto fantástico por volta dos anos 2000, esse celestial era o celestial banido pelos outros, temido pelos outros por ter "ideias diferentes" de seus irmãos.


No filme o celestial que conversa com os eternos de tempos em tempos chama se "Arishem" (nos quadrinhos seria Arishem, o julgador de 800 metros de altura). Que apareceu em "Capitão América 156, da abril, na primeira história do Thor escrita por Tom de Falco).

Detalhe aqui que nesse filme temos noção de quão pequenos somos no universo, cada vez que aparece o rosto do celestial, aquela grande máscara metálica, você quase lembra daqueles máquinários 3D do Jack Kirby (também emulados por John Romita JR) Que parecem não caber nas splash pages de tão grandes que parecem.

A maneira que os celestiais são mostrados nesse filme também (não tão quadrados e robóticos) mas mais sinuosos e luminosos como grandes fantasmas gigantes, ajudam na imersão. Me corrijam se eu estiver errado, mas a aparência de um deles em certo momento do filme me lembrou muito Galactus.

Inclusive se eles quiserem usar simplificação e dizer que Galactus é um dos celestiais eu vou aceitar de boaça mesmo. Uma vez que no MCU muitos conceitos são fundidos, simplificados entre si.

Detalhe que: embora no filme só sejam nomeados Tiamut e Arishem, em momento algum é mostrado ou mencionado o celestial conhecido como Exitar, O Exterminador (cujo tamanho do pé é maior que o próprio Arishem inteiro.) Achei deveras interessante esse "esquecimento" da marvel. (igual no primeiro filme do Thor , quando ele desenha um mapa dos nove mundos e não menciona Hel, reino de Hela. que apareceria no terceiro filme apenas).



Sobre os personagens: Muitos deles em relação aos quadrinhos originais, mudaram de aparência ou de gênero, mas quanto a isso, não atrapalha em nada o entendimento do filme e nem o compromete, porque certas relações entre os personagens apenas mudam de lugar.Um exemplo prático: O Duende (o eterno que não cresce) no quadrinho é um garoto e no filme é uma menina, no quadrinho ele se apaixona por Sersi e no filme pelo Ikaris. Simples não? Dessa forma a função narrativa do personagem funcionará, mesmo que os fatores tenham sido alterados o produto final permanecerá relativamente o mesmo.


No Quadrinho Sersi teve um relacionamento com Makkari (ela mulher e ele homem) como no filme o velocista foi reimaginado como uma mulher, seu relacionamento foi com outro eterno. Assim a função narrativa permanece relativamente inalterada.

farei um paralelo de poderes entre os eternos e os personagens da DC: pra que pelo contexto vocês entendam o grau de poder e suas equivalências:

Os personagens: Kingo (Lanterna verde), Gilgamesh (Shazam) Makkari (Flash) Ajak (Jon Jonzz) , Thena (Mulher Maravilha)  Ikaris (Superman) Phastus (Cyborg), Sersi (Nuclear) Duende (Zatanna) e Druig (Pirata Psíquico)

Apesar de "cada um fazer uma coisa" todos eles são manipuladores de energia (assim como nos quadrinhos) por exemplo, não é porque um cara controla mentes, que ele não aguente uma rajada de visão de calor no peito. Eles são equivalentes entre si, só que cada um escolhe manipular seus poderes de uma forma diferente.

Um exemplo dos quadrinhos: Thena sabe voar, mas não com perfeição por isso não usa tanto esse poder.  Já Ikaris por ser mais versátil aparenta ser o mais forte por usar um pouco de tudo.

Voltando a história: por causa desse dilema, alguns eternos desenvolveram amor pela humanidade.

Alerta sobre um assunto delicado: a dita LACRAÇÃO. "tem lacração nesse filme?" " o filme é sobre isso? é a liga LGBTQ+?"

Vamos lá: apesar de eu ter maturidade de tentar separar entretenimento de ideologia, a disney nesse filme só "pagou o pedágio ideológico". Se vocês lembrarem lá atrás, eles queriam fazer um filme em que o Ikaris fosse homossexual.

Não vejo problema algum em nada dessa questão. O que interessa é uma boa história. Mas seguinte: a disney espalhou pros 4 ventos que teria cena de sexo (LGBTQ+) E Também o primeiro beijo homossexual num filme marvel. 

Acontece que o burburinho em cima disso foi muito maior do que as cenas realmente duram no filme.

Detalhe que: o personagem homossexual é o que mais DEMORA A APARECER na tela e a disney "mudou de ideia" fazendo com que outro personagem (que não o protagonista do filme) fosse o homossexual. Ou seja. ela só pegou e garantiu o Pink Money dos progressistas.

Quer um exemplo? igual quando divulgaram que Loki seria gênero fluído e todos comemoraram. Pra no fim das contas ele se apaixonar por "uma variante temporal dele mesmo" uma... mulher.

Resumindo: a disney dá toda essa volta, pra dar apenas um biscoito pela metade pros progressistas, pra finalizar igual quando anunciaram Valquíria no filme do Thor, mas suas cenas com sua sexualidade foram aparentemente limadas. Não há nada naquele filme que faça você afirmar a sexualidade dela.

Pra encerrar o assunto dessa questão delicada; o filme trata essa questão de forma orgânica, não fica panfletando ou fazendo discurso lacrador, e a tal cena do beijo é tão "piscou perdeu" que ninguém fala dela você reparou? Parece que o tiro saiu pela culatra da disney, de um lado a imprensa não comemora algo tão orgânico e simples, assim como o conservador não tem motivo pra "bater" no filme por uma cena tão pequena e simples na história.

E isso também parece quebrar a questão de que os "críticos" seriam hegemonicamente "comprados pela disney" porque pelo que parece, ou os críticos não entenderam a pegada "Zack Snyder" de contar história da diretora, valorizando imagens e paisagens e sentimentos. Ou alguma onda conservadora simplesmente está "batendo por bater".

Eu não ia assistir, ia aguardar que saísse no streaming, mas quando vi um vídeo confirmando uma teoria que eu mesmo elaborei (que o bom mocismo de Ikaris era fachada e que ele era o grande vilão do filme) e que a luta final seriam todos contra ele, no melhor estilo Superman vs Liga da Justiça! vesti a roupa na mesma hora. Peguei minha mãe, liguei pra uns parças meus. e falei "Bora!"

Pra mim o que importa é uma boa aventura, respeito ao telespectador (a nossa inteligência) e o debate que o filme possa trazer.

Eternos mesmo com suas "inserções KevinPaigisticas" (a participação do Jon Snow é totalmente gratuita. foi só pra chamar as crusha pra vir ver o filme. simples assim) ele segue a fórmula marvel, respeita os quadrinhos, dá um passo além enquanto cinema (tanto tecnicamente quanto artisticamente) , foge do maniquísmo bem vs Mal, (você pode defender ambos pontos de vista no filme e ter razão) , introduz nada menos que 10 novos personagens (pra mais), apresentou 4 personagens que foram Vingadores nos Quadrinhos (StarFox, Gilgamesh, Sersi e Cavaleiro Negro). tem a melhor cena de luta com poderes de um filme da Marvel (Eternos vs Ikaris) e consegue ser "socialmente relevante" pelas questões que mostra mesmo que por cima. 


Ps: "tinha me esquecido de falar de Gilgamesh, também conhecido como o "inimigo de Thor: O Esquecido", ele sempre teve esse modo meio "Sean Bean" (mortes e renascimentos) e ele é o forte da equipe, de certa forma quando mostrado nos quadrinhos, ele se assemelhava a Hércules, Shazam e o próprio Superman, achei louvável terem incluído ele no filme, uma vez que a Marvel não gosta de "priorizar protagonismos" (algumas cenas de Hyperion na saga Infinito por exemplo foram substituídas pelo Visão nos filmes dos Vingadores). 



e num filme que já tinha um "proto Superman" inclusive adaptado de perto pelo que foi visto nos filmes do Snyder, afirmado pela própria diretora. Achei ótimo ter mais uma opção pra "o favorito do filme".


A cena de Ikaris vs Eternos é algo que eu sempre esperei ver no cinema, mas nunca imaginei que veria isso num filme da marvel tão cedo. É algo que eu aguardava ver lá no final da temporada de The Boys por exemplo.

Comprei o boneco do Ikaris no mercado livre (de 30 cm) e comprei a miniatura da eaglemoss. e garimpei a internet atrás de materiais dos Eternos.

Como eu falei antes não é tanta coisa assim, então pretendo me aprofundar mais nessa "outra mitologia".

Desculpem o texto longo. Espero que compreendam que o filme merecia tal esmero, e que se possível você vá assistir. Vá sem medo. Vá de mente aberta, é uma mitologia nova.

Ps2: A Disney não percebeu que o conceito dos Eternos (que são num total) de 100 nos quadrinhos tornaria todos os heróis da terra praticamente obsoletos. (leia o final da Hq do Gaiman pra ver a mitada que Zuras dá no Homem de ferro).

Seriam os eternos o plano B? (de franquia longeva e última linha de defesa da Terra?) Já que os filmes os Vingadores padecem do mesmo mal de "Piratas do Caribe" (implodir por causa dos valores cada vez maiores pra se fazerem os filmes).

Uma coisa é clara: pela maneira que os Eternos foram idealizados e feitos. Um Filme do Esquadrão Supremo (a Liga da Marvel) vira um sonho mais distante.

Nota: 9,9 "Não sou o Clark, não uso capa...!"



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