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Melhores HQs da década por Bruno Zago


Doctor Doctor, Shazam! e Alexandre Callari, redatores do SOC! e de Daniel Lopes e Bruno Zago, apresentadores do Pipoca e Nanquim Fizeram Durante a Semana Um trabalho Primoroso levantando na opinião de cada especialista Quais eram ( ou são ) os maiores clássicos da década.
O critério básico para esta seleção é que a HQ tenha sido produzida entre 2001 e 2010 e lançada no Brasil. Não entraram nesta lista relançamentos de outras décadas como PreacherWatchmenCavaleiro das Trevas e outros.
Vale lembrar também que nenhum dos autores do SOC! ou apresentadores do Pipoca leram tudo o que saiu nesta década, de modo que nas respectivas listas aparecerão somente histórias lidas.

Dito isso, confira abaixo a lista de Bruno Zago,apresentador do Pipoca e Nanquim.


Alias – Série publicada na extinta revista mensal Marvel MAX e agora recentemente em encadernado. Brian Michael Bendis explora uma super-heroína que prefere não utilizar mais seus poderes, já que nunca os controlou muito bem, e agir como detetive particular. No meu consenso, Alias é a prova de que super-heróis podem render excelentes histórias adultas. O maior mérito do roteiro está nos diálogos, que são ágeis, intensos e o melhor, como de fato seriam naquele cotidiano, pois a grande maioria das HQs tem diálogos que não convencem – você sabe que nenhuma pessoa jamais falaria da forma como os roteiristas escrevem. Bendis às vezes nos oferece páginas e páginas de pura conversa que conseguem entreter mais do que cenas de ação. Todos os arcos de Alias são geniais, mas somente aquele one-shot de Jessica Jones e J. J. Jameson, do Clarim Diário, já seria o suficiente para garantir a série nessa lista. (Panini, 2003).
WE3 – Instinto de Sobrevivência – Em algum momento Grant Morrison tinha que aparecer nessa lista, e pra mim, é através desta belíssima história. O governo estadunidense está desenvolvendo poderosas armaduras que podem ser colocadas em animais para substituírem os homens em campos de batalha. Durante a fase de teste, os três animaizinhos destacados para trajar os protótipos (um cão, um gato e um coelho) conseguem escapar para as ruas e iniciam uma jornada rumo à casa de seus antigos donos. O roteiro é de uma sensibilidade ímpar que até os mais durões terão vontade de chorar em alguns momentos. A arte de Frank Quitely está absurda, suas páginas transbordam originalidade na diagramação, com cenas de luta ocorrendo em quadros grandes e seus detalhes espalhados em quadros pequenos, páginas inteiras desenhadas através de câmeras de vigilância, quadros com ângulos inusitados, etc. Uma das HQs mais criativas que já tive a oportunidade de ler. (Panini, 2005).
 
Vagabond – Está certo, essa série começou a ser publicada no Japão no finzinho de 1999, mas todo seu desenrolar ocorreu nos anos 2000, então pode figurar na lista. É meu mangá favorito depois de Lobo Solitário. Takehiko Inoue construiu uma obra-prima, todos os quadros impressionam pelo nível de detalhes, as expressões faciais são bem mais realistas do que geralmente é feito no mangá e os cenários são perfeitos – cada árvore tem sua folhinha desenhada, para termos uma ideia. E o roteiro acompanha a riqueza da arte; é muito mais do que uma história convencional sobre um grande herói histórico japonês. Inoue explora a fundo as situações vividas pelo lendário samurai Miyamoto Musashi, como seu comportamento selvagem em lutas, o treinamento e o combate com seu maior adversário, Sasaki Kojiro, criando um dos mangás mais importantes da década. (Conrad, 2001).
Os Supremos – Quando uma reformulação consegue superar seu original em todos os aspectos, merece aparecer entre os melhores. Mark Millar atualizou com extrema competência a história dos Vingadores, deixando tudo mais verossímil, próximo de nossa realidade. “Espera aí”, você deve estar pensando, “como um grupo de pessoas com superpoderes pode ser algo verossímil?”. Acredite meu caro, se super-heróis existissem de verdade, seria algo bem parecido com o retratado em Os Supremos. Além do mais, a história é muito empolgante, consegue te fazer levantar se estiver lendo deitado. (Panini, 2002-07).
 
Persépolis – Esse título, para mim, fecha o trio de maiores quadrinhos sobre guerra já lançados, trio esse que é liderado por Maus e seguido por Gen: Pés Descalços. Em sua obra Marjane Satrapi nos transforma em testemunhas de seu crescimento em meio aos conflitos iranianos, desde quando foi obrigada a usar um véu na cabeça até quando precisou sair do país para garantir a própria segurança. Os desenhos podem parecer infantis a principio, mas conforme a leitura avança fica claro que eles contribuem imensamente para o desenvolvimento da HQ. Persepólis é uma daquelas obras capaz de conquistar até mesmo quem não está acostumado a ler quadrinhos. (Cia. das Letras, 2007).
Pyongyang – Uma Viagem à Coréia do Norte – Muito mais do que uma HQ autobiográfica, é uma denúncia contra a ditadura ferrenha imposta aos norte-coreanos. O canadense Guy Delisle nos dá uma verdadeira aula sobre o país, por meio de uma história cativante, caracterizada pelas críticas e bom humor. Seu traço leve e estilizado é perfeito para ilustrar a narrativa de sua jornada no país. (Zarabatana, 2007). 
 
Black Hole – Uma história perturbadora que é deliciosa de ser lida, um paradigma que define muito bem a obra de Charles Burns. Uma obra profunda, permeada de simbolismos, mostra uma doença mutante que se espalha entre os adolescentes nos anos 70 através do sexo. Os contaminados sofrem modificações no corpo, algumas tão radicais que o doente passa a ser uma pária e precisa fugir do convívio social. O traço escuro de Burns, além de extremamente preciso, contribui ainda mais para o clima tenso da HQ. Não por acaso é uma das obras mais aclamadas de todos os tempos. (Conrad, 2007).
Y – O Último Homem – Pra mim, Brian K. Vaughan marcou a volta da qualidade da Vertigo com essa série. Simplesmente não dá pra parar de ler, cada final de número é tão bombástico que obriga o leitor a continuar e avançar na sequência. O roteiro todo é excelente, partindo de um dos argumentos mais originais que já surgiram nos quadrinhos: a extinção de todos os machos do planeta Terra, exceto por um homem e seu macaco de estimação. Com diálogos brilhantes, sempre com referências a cultura pop, e um tema que abrange assuntos sérios como política, ciência e religião. Muito viciante. (Panini, 2010).
 
Planetary – Essa é fantástica! Warren Ellis realmente mudou a forma de se fazer quadrinhos de super-heróis com essa série de 27 números. O grupo principal são os chamados arqueólogos do impossível, que desvendam segredos e conspirações de várias partes do mundo. Tal como Sandman está repleto de referências culturais, como mitologia, astrofísica, história antiga, literatura e até mesmo clássicos dos quadrinhos. As ideias que saíram da cabeça de Ellis chegam a deixar o leitor boquiaberto, de tão diferentes e absurdamente criativas. Planetary só nos trouxe histórias inovadoras e inteligentes, com tantas camadas de detalhes que você só vai absorver tudo após várias leituras. (Pandora Books, 2003; Devir, 2005 e 2006; Pixel Media, 2007-08).
Os Mortos-Vivos – Mais viciante que Y – O Último Homem, só essa série de Robert Kirkman, que transportou os zumbis para os quadrinhos com o mesmo brilhantismo que Romero o fez no cinema. A história trabalha o psicológico de seus personagens como nenhuma outra que eu já tenha lido fez até hoje (exceto Watchmen). Kirkman explora ao máximo a necessidade de sobrevivência em um ambiente hostil e sem esperança, através de seu fator mais relevante: a convivência entre pessoas. O roteiro prende a atenção, os diálogos são bem construídos, a história é ágil e as cenas de ação com os zumbis são um deleite a parte. E olha que no Brasil ainda nem saiu o arco com o vilão Governador. Merece o primeiro lugar de meu Top10 porque é a série que mais me empolgou e chocou durante a leitura.
 
Escrito por Bruno Zago.

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